História da Acamerj
Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - Acamerj
A Acamerj, fundada como Academia Fluminense de Medicina (AFM), nasceu do idealismo de conceituados médicos. Um projeto de estatuto, mostrado pelo falecido Prof. Dr. Francisco Pimentel, deu início, em 1971, à ideia de organização desta entidade.
Só três anos depois, numa reunião na Associação Médica Fluminense, onde estavam presentes os Professores Doutores José Hermínio Guasti, Carlos Tortelly Rodrigues Costa, Eduardo Imbassahy, Newton Porto Brasil, Eduardo Chead Kraichete, Mário Duarte Monteiro e Waldenir de Bragança, é que foi efetivada sua fundação.
José Hermínio Guasti, que era o Presidente da Associação Médica Fluminense na época, expôs sua disposição em prosseguir com a iniciativa de fundar a Academia, relatando ter ficado de posse do projeto de estatuto revisto pelo falecido Prof. Pimentel, onde Carlos Tortelly Rodrigues Costa também se comprometera em efetuar a criação da Academia.
Aquela reunião, realizada em 8 de dezembro de 1974, foi considerada o marco de fundação da AFM. Sua ata foi escrita por Waldenir de Bragança. Desta primeira sessão da Academia saiu a primeira Diretoria, considerada como provisória, mas efetivada em outra reunião seguinte.
Todos os presentes ficaram incumbidos da redação do estatuto, dando início à elaboração do instrumento básico para a fundação. Aceita a proposta por unanimidade, passaram os presentes a constituir a Comissão encarregada da tarefa.
Em 20 de dezembro de 1974, o Presidente da Associação Média Fluminense, José Hermínio Guasti, atendendo os mais sublimes desejos de vários colegas que enaltecem e dignificam nosso estado, depois de várias considerações, resolve criar a Academia Fluminense de Medicina e constituir uma Comissão para elaborar os Estatutos da Academia e fornecer todos os elementos indispensáveis para que sejam escolhidos os Patronos, Titulares e demais componentes.
A primeira Diretoria Oficial da Academia foi a seguinte: Presidente Carlos Tortelly Rodrigues Costa, Vice-Presidente José Hermínio Guasti, Secretário Geral Waldenir de Bragança, Secretário Adjunto Edson Gualberto Pereira, Primeiro Tesoureiro Eduardo Chead Kraichete, Segundo Tesoureiro Antônio Jorge Abunahman, Orador Mário Duarte Monteiro e Diretor de Patrimônio Nelson de Sá Earp.
A outrora AFM e atual Acamerj é uma sociedade civil e científica, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, regida por seu estatuto e tendo por objetivos:
a) Promover e estimular o estudo da medicina;
b) Realizar sessões em que sejam discutidos assuntos relativos à medicina, à cultura e à ciência em geral;
c) Promover conferências, congressos e outros conclaves médicos;
d) Divulgar suas atividades, trabalhos dos seus membros e conhecimentos médicos;
e) Promover cursos de aperfeiçoamento médico;
f) Opinar sobre questões, direta ou indiretamente, relacionadas com o exercício da medicina;
g) Colaborar com os Poderes Públicos no estudo de questões de caráter médico-social;
h) Manter intercâmbio com entidades médicas e afins;
i) Estabelecer Núcleos Regionais em Municípios do Estado.
A instituição escolheu como Patronos de suas 60 (sessenta) cadeiras as figuras ilustres da Medicina, que nasceram em solo fluminense e outros que mesmo não sendo fluminenses muito fizeram pela medicina em nosso Estado, no Brasil e até internacionalmente. Estes eminentes médicos escolhidos como Patronos serão sempre lembrados:
Cadeira 01 - Acácio de Souza Branco
Cadeira 02 - Alcides Gonçalves Lopes
Cadeira 03 - Altamiro Vianna
Cadeira 04 - Antonio Carlos de Souza Gomes Galvão
Cadeira 05 - Antonio Jorge Abunahman
Cadeira 06 - Arthur Dalmasso
Cadeira 07 - Carlos Augusto de Aguiar Bittencourt Silva
Cadeira 08 - Carlos Tortelly Rodrigues da Costa
Cadeira 09 - Celso Erthal
Cadeira 10 - Décio Lobo de Azevedo
Cadeira 11 - Donato D'Angelo
Cadeira 12 - Edson Gualberto Pereira
Cadeira 13 - Eduardo Chead Kraichete
Cadeira 14 - Eduardo Imbassahy
Cadeira 15 - Everardo Marques dos Santos
Cadeira 16 - Geraldo Chini
Cadeira 17 - Geraldo Rocha Motta
Cadeira 18 - Geraldo da Silva Venâncio
Cadeira 19 - Germano Brasiliense Bretz
Cadeira 20 - Giuseppe Mauro
Cadeira 21 - Guilherme Eurico Bastos da Cunha
Cadeira 22 - Heitor dos Santos Braga
Cadeira 23 - Henri Wadih Curi
Cadeira 24 - Herbert Praxedes
Cadeira 25 - Humberto Milton Dantas
Cadeira 26 - Israel Figueiredo
Cadeira 27 - Ivan Ferreira Bastos Tavares
Cadeira 28 - Jairo Pombo do Amaral
Cadeira 29 - João Manuel de Castro
Cadeira 30 - Jorge Ferreira Machado
Cadeira 31 - José Augusto de Castro
Cadeira 32 - José Hermínio Guasti
Cadeira 33 - José Pereira Pantaleão
Cadeira 34 - Ladyr Ribeiro de Almeida
Cadeira 35 - Lourival Ribeiro da Silva
Cadeira 36 - Luiz Manoel Teixeira Brandão
Cadeira 37 - Mário Duarte Monteiro
Cadeira 38 - Mário de Mattos Goulart
Cadeira 39 - Mário Simão Assaf
Cadeira 40 - Nadir Coelho
Cadeira 41 - Nelson de Sá Earp
Cadeira 42 - Newton Porto Brasil
Cadeira 43 - Ney Santos
Cadeira 44 - Octavio Augusto Lemgruber
Cadeira 45 - Othon de Assis Vieira
Cadeira 46 - Osvaldo da Costa Cardoso de Melo
Cadeira 47 - Oswaldo de Menezes Póvoa
Cadeira 48 - Paulo César de Almeida Pimentel
Cadeira 49 - Renato Pereira Machado
Cadeira 50 - Roched Abib Seba
Cadeira 51 - Ronaldo Pontes
Cadeira 52 - Salvador Borges Filho
Cadeira 53 - Sebastião Cheferrino
Cadeira 54 - Sylvio Pereira Lago
Cadeira 55 - Sylvio Pires de Mello
Cadeira 56 - Valdemar Vanderley da Cunha
Cadeira 57 - Waldenir de Bragança
Cadeira 58 - Waldir Rodrigues da Costa
Cadeira 59 - Walter dos Santos Teixeira
Cadeira 60 - Wanderley Coutinho Valladares
A Academia dispõe de Acadêmicos Titulares e Eméritos em seu seleto grupo, sendo a emerência alcançada por aqueles que assim desejarem, obedecendo critérios para tal ascensão, e possuírem determinado tempo como Titular. Quando um Acadêmico Titular assume a cadeira, ele presta homenagem em seu discurso de posse ao Patrono desta cadeira, à sua vida e às suas realizações. É a perpetuidade dos tempos, dos homens e de seus feitos. É um dever primordial das Academias "não deixar morrer os que já morreram", imortalizando aqueles que muito fizeram pela ciência, pela Pátria e pela humanidade.
Em 10 de junho de 1975, a nova entidade enviou para a Associação Médica Fluminense um ofício de agradecimento pelas condições criadas pelo presidente para o nascimento da Academia.
No dia 04 de julho de 1975, foi realizada a posse da 1ª Diretoria da Academia Fluminense de Medicina. Carlos Tortelly Costa, seu 1º Presidente, iniciou discurso da seguinte maneira:
"Oito de dezembro de mil novecentos e setenta e quatro. Do sonho à realidade! Nasceu a nossa Academia que hoje instalamos sob as bênçãos de Deus e da Fraternidade dos Homens! Crescerá por certo e nessa certeza homenageamos hoje a nossa Célula Mater: a Academia Nacional de Medicina e todas as outras Academias do país, a Associação Médica Brasileira e todas as suas filiadas; o Conselho Federal de Medicina e todos os Sindicatos Médicos. A Academia Fluminense de Medicina, graças à bondade de seus titulares, concedeu a mim e aos meus valorosos companheiros de Diretoria a imerecida glória e inacessível honra de dirigi-la no seu primeiro ano".
Nas últimas linhas da apresentação dos anais de 1974-1998, Mário Duarte Monteiro escreve: "o que realizou a Academia - menos do que pretendia - consta das páginas que se seguem: o que não pode fazer adivinha-se escondido pela nuvem da omissão. Mas a semente vingou, a planta nasceu, cresce e será no futuro a árvore frondosa que corresponderá ao ideal dos fundadores da original Academia Fluminense de Medicina”.
Em 2010, o Presidente à época, ouvindo a sua Diretoria, promoveu uma alteração na denominação da instituição que passou para "Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro-Acamerj". Tal alteração deveu-se à necessidade de se preservar o caráter ESTADUAL da Academia, evitando confusões ou situações ambíguas, pois teve sede na cidade de Niterói, capital do Estado do Rio de Janeiro à época da fundação, porém deixou de sê-lo desde 1975 quando foi criado o novo estado, pela fusão do antigo Estado do Rio com o antigo Estado da Guanabara, com Capital na cidade do Rio de Janeiro. Também mantém a primazia de se mostrar nitidamente estadual, não se confundindo com a Academia de Medicina do Rio de Janeiro - AMRJ, mais recentemente criada.
Em 11/12/2013 a Acamerj promoveu sua alteração estatutária na curta gestão do Acadêmico Renato Nahoum Curi (gestão 2013-2014-2015), que faleceu em 12/01/2014. A Comissão organizada para analisar e propor as reformas no Estatuto foi constituída pelos Acadêmicos Titulares: Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, Omar da Rosa Santos e Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.
As mais importantes modificações foram:
1 - aumentar em 15 (quinze) o número de Cadeiras de Acadêmicos Titulares, passando para um total de 75 (setenta e cinco);
2 - aumentar o número de Conselheiros Científicos de 5 (cinco) para 7 (sete);
3 - aumentar a duração do mandato da Diretoria de 2 (dois) para 3 (três) anos porém proibindo a reeleição para o mesmo cargo em 2 (dois) mandatos consecutivos.
4 - passar a eleição da Diretoria para voto direto, secreto, presencial, perante uma Comissão Eleitoral e não mais em Assembleia Geral, que admitia voto pelo correio ou por procuração;
5 - melhorar a redação e sintetizar o texto.
Relação dos Presidentes da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro-ACAMERJ por ordem cronológica: Carlos Tortelly Rodrigues da Costa, Roched Abid Seba, Octávio Lemgruber, Antonio Jorge Abunahman, Altamiro Vianna, Mario Duarte Monteiro, Antonio Carlos de Souza Gomes Galvão, Germano Brasiliense Bretz, Giuseppe Mauro, Paulo Dias da Costa, Waldenir de Bragança, Waldemar Bianchi, Guilherme Eurico Bastos da Cunha, José Hermínio Guasti, Alcir Vicente Visela Chácar, Renato Nahoum Curi, Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, Luiz José Romêo Filho e Antônio Luiz de Araújo. Obs: Apenas José Hermínio Guasti, Alcir Vicente Visela Chácar e Luiz Augusto de Freitas Pinheiro tiveram mais de um mandato, até o momento (2024).
A Diretoria de 2016-2018, foi a primeira a ser eleita na vigência das modificações implementadas, seguindo também a do triênio de 2019-2021. A gestão 2016-2018 promoveu as criações do Hino da Acamerj, da Revista da ACAMERJ, de caráter científico, cultural e social, a fim de promover o debate sobre ciência e divulgar seus pares, e também criou a Medalha Presidencial.
No triênio 2019-2021, na Diretoria Presidida pelo Acad. Luiz José Martins Romêo Filho, foi procedida nova reforma de Estatuto e adequação do Regimento, com as seguintes alterações principais:
1 - aumentar o número de cadeiras de setenta e cinco para cem;
2 - alterar as exigências para progressão de Acadêmico Titular para Acadêmico Emérito: exigir apenas atingir o limite de idade de setenta anos ou menos se aprovado pela Diretoria;
3 - diminuir a duração do mandato da Diretoria para 02 (dois) anos porém permitindo reeleição
4 - aumentar o número de participantes do Conselho Científico para doze participantes, sendo um presidente, oito Conselheiros e três suplentes.
A gestão de 2019-2021 foi prejudicada pela pandemia de Covid-19, iniciada, no Brasil, em março de 2020.
Entretanto conseguiu manter Sessões Ordinárias e admitir vinte e cinco novos Acadêmicos Titulares através de sessões online.
Em dezembro de 2021 foi empossada na Diretoria encabeçada pelo Acadêmico Antônio Luiz de Araújo, para o biênio 2022-2023. Ainda num período de Covid-19, porém progressivamente abrandado, as reuniões e sessões passaram, progressivamente para o sistema híbrido, que funcionou bem e deve permanecer para o futuro. Esta gestão admitiu dez novos Acadêmicos Titulares em Solenidades presenciais.
Marco dessa gestão foi, novamente, a reforma Estatutária e Regimental após, de cerca de um ano de numerosas reuniões da Comissão formada pelos Acadêmicos: Antônio Luiz de Araújo, Luiz Sérgio Keim, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, Selma Maria de Azevedo Sias e Luiz Augusto de Freitas Pinheiro. Um trabalho exaustivo para a elaboração de reformas que deixarão mais estabilidade e clareza para o Estatuto e para o Regimento.
As principais alterações foram:
1 - Voltar a admitir mandatos para a Diretoria de três anos, sem direito a reeleição;
2 - impor normas mais rígidas para a progressão a Acadêmico Emérito;
3 - criar a figura de Coordenador das Secções de Medicina Clínica, Medicina Cirúrgica e Ciências Aplicadas a Medicina;
4 - criar a possibilidade de admissão como Acadêmicos Titulares para médicos não residentes no Estado do Rio de Janeiro, mediante algumas exigências, na proporção de 10% (dez por cento) dos Acadêmicos Titulares existentes no momento.
Importante recordar que a Acamerj vem promovendo ou apoiando, ao longo dos anos, eventos Científicos, Sociais e Culturais em sua sede ou em outros locais, principalmente em seus sete Núcleos Regionais, situados em: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Região dos Lagos e Nova Iguaçu. Ainda, desde 2011 a Acamerj e a Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires (Argentina) acordaram a realização do Conclave bianual, alternando o local de realização entre Niterói e Buenos Aires.
Ata da Primeira Reunião da Academia Fluminense de Medicina