Elimar Antônio Bittar, filho de Elias e Maria José, nasceu em Minas Gerais,em 16 de abril de 1934,na cidade de Ewbanck da Câmara, na época, distrito de Santos Dumont, posteriormente emancipada como município, pequena e pacata cidade próximade Juiz de Fora, cidade maior para onde se vai à busca de maiores recursos. Chegando a hora de iniciar os estudos do “pequeno”, carinhoso apelido dado pela família paterna, logo após conhecer as primeiras letras, encaminhado para o curso primário em um bom colégio, o Externato Horta, na cidade de Santos Dumont. Era uma rotina de ida e volta diariamente em um pequeno ônibus que percorria os vinte e cinco quilômetros entre os dois municípios. Após os estudos do primário houve necessidade de se fazer um curso de admissão ao ginasial, que era realizado em um ano ou opcionalmente em três meses durante as férias, já nesta época na cidade de Juiz de Fora com a pretensão de ingressar na sonhada Academia, colégio tradicional na cidade, dirigido por padres da congregação dos Servos do Verbo Divino. Feito o curso de curto período para o Ginásio e concorrendo a uma bolsa de estudos patrocinada pela Prefeitura de Juiz de Fora, o primeiro lugar lhe daria os quatro anos do ginasial, como prêmio. Com uma boa base do externato anterior alcançou o cobiçado prêmio que, após dois anos, lamentavelmente, viria a perder por falta de adaptação. Morando com parentes durante a semana e indo para casa nos finais de semana continuavam as idas e vindas, agora em distância maior entre Ewbank e Juiz de Fora roubando concentração e tempo para os estudos. Em casa, morava com os avós maternos, Vovô Braga e Vó Nicota, a mãe viúva, Maria José e a irmã mais nova, Marli, pois perdera o pai muito cedo. O avô, de saudosa memória e exemplo, com sacrifício, mas sempre mantendo o bom humor sustentava toda a família. Foi, aí que o menino Elimar, por volta dos onze anos, não foi capaz de entender em toda a dimensão o que a perda de uma bolsa de estudos naquela altura representava na economia do lar e para seu futuro. Ao mesmo tempo, porém, veio um episódio de grande mérito para a família. Foi planejada e, rapidamente efetivada, a mudança para Juiz de Fora o que definitivamenteofereceria as melhores oportunidades que o momento exigia. O curso ginasial e científico foi concluido na sonhada Academia, só que agora começando a trabalhar ao mesmo tempo que estudava. Começou a trabalhar menino ainda aos 11 anos. Terminado o cientifico foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 1957 casou-se com Therezinha e em 1958 nasce a primeira filha, Christina,hoje colega de profissão e especialidade. Em 59 foi morar em Três Corações, Minas Gerias, onde nasceram os filhos Elimar e Ângelo. Nesta cidade iniciou o Laboratório Bittar. Em 1964, a família veio para o Rio de Janeiro e passou a residir em Niterói no início dos anos 70. Nova vida, cidade grande, novos caminhos. Mais uma vez, agora homem feito e chefe de família, buscando um futuro melhor, Elimar decidiu que chegou a hora de estudar medicina. Eu era muito criança e tenho lembranças de acordar no meio da noite e ver meu pai estudando, na cômoda do quarto, a luz de um pequeno abajur, para não despertar e incomodar a família. Nesta época tinha 2 empregos e plantão no final de semana e fazia cursinho para vestibular a noite. Nos finais de semana só estudava. Aprovado no Vestibular para a Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense colou grau em 1974, já com trinta e cinco anos de idade, ou seja, dez anos a mais que a média da idade de seus colegas de turma. Permaneceu no serviço de Patologia do Hospital Universitário Antônio Pedro, chefiado pelo Prof. Manoel Barreto Neto, por cerca de dois anos. Obteve o título de especialista em Patologia Clínica e Citopatologia pela Associação Médica Brasileira. Prestou concurso público para o INSS, hoje Ministério da Saúde, nas duas especialidades e dedicou-se inteiramente a elas ao tempo em que atuava também em sua empresa de Medicina Laboratorial em Niterói. Sessenta e seis anos de trabalho e quarenta e nove anos de medicina marcam o dia a dia de atividades profissionais, acompanhando sempre de perto o progresso das especialidades. ComTherezinha completou 65 anos de casado. Uma vida de dedicação e amor A família cresceu: cada filho lhes deu dois netos, Isadora e Elisa filhas de Christina, Bruno e Felipe filhos de Elimar, Angelo e Ana Clara filhos de Angelo e o bisneto Heitor filho da neta Isadora e Francisco, filho do neto Angelo. Dr Bittar, como era mais conhecido, deixa um legado de história na cidade de Niterói. Cidade que abraçou com a alma e o coração. Criou seus filhos e fundou o Laboratório Bittar. Empreendedor e procurando sempre fazer o melhor nos recursos disponíveis para atender os clientes que procuravam sua ajuda. O legado de Dr Bittar hoje é administrado pelos filhos, sendo a médica patologista clínica, Christina Bittar a diretora da empresa no desafio de novos rumos com a mesma determinação que aprendeu com o pai.
Mini curriculo
Formado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense no ano de 1974.
5 Cursos de Extensão Universitária 3 Títulos de Especialista: Patologia Clínica,Citopatologia e Medicina Nuclear.
Aprovado em 5 Concursos Públicos
25 Cursos de Pequena e Média Duração
Títulos em Chefia, Direção, Diretor de Curso, Diretor Cientifico, Presidente de Departamento, Membro de Comissão Científica de Congressos, Comissão Editorial de Publicações, Bancas Examinadoras, Provas de Concurso, Coordenador de Cursos, são mais de 30 títulos
7 Congressos Internacionais e 29 Congressos Nacionais
10 Aulas em Sessão Solene
Diversas Moções e Medalha Tiradentes recebida pela Assembleia Estadual do Rio de Janeiro e Medalha José Candido de Carvalho recebida pela Câmara Municipal de Niterói
Foi Presidente do Departamento de Patologia Clínica da AMF e Secretário do Conselho Departamental.
Secretário em Congressos nacionais e internacionais e por diversos períodos na diretoria da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica onde foi presidente no período de 1983-1985.
Acadêmico Emérito na Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (07/12/2011), tendo exercido cargos em diretorias anteriores como 1º tesoureiro e Secretário-Geral.
Médico do Ano de 2017 na Associação Médica Fluminense, Niterói
Trabalho, Inovação, Determinação, Generosidade, Ética e Humildade são palavras que nunca tiraram férias em sua vida e um exemplo para quem o conhece.
Definida por ele mesmo, sua meta era: “O dia de hoje, fazendo o mais bem feito que eu puder”.
Faleceu em 10 de abril de 2023, aos 88 anos.