Classe médica participa da reconstrução da Região Serrana





Classe médica participa da reconstrução da Região Serrana
20/01/2011 - 00:00:00

          A Região Serrana do estado do Rio ainda se reconstrói da enchente que a assolou em janeiro. Grande parte da mobilização se deve à força de trabalho, à esperança e à solidariedade da população e da classe médica, sobreviventes da tragédia ou oriundas de municípios vizinhos. Locais ou não, os médicos - motivados pela nobre missão inerente à profissão - ainda encontram grande dificuldade para estabilizar o panorama da saúde naquela área. 
          "Friburgo está sangrando. Mais de 90% da cidade foi devastada e a saúde, seriamente afetada com a destruição total ou parcial dos hospitais da cidade responsáveis por emergências, cirurgias cardíacas, bancos de sangue e hemodiálises, ainda sem previsão de reabertura, que ficaram debaixo de dois metros de água e lama. A maternidade da cidade sofreu menos e já funciona", relata o Ac. José Antonio Verbicário Carim, que preside o núcleo da ACAMERJ em Nova Friburgo, que totaliza, segundo ele, 424 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados.
      Nosso confrade lembra com tristeza os tantos dias sem água, comida (já que todas as lojas e restaurantes ficaram fechados no período), luz e telefone, além das ruas bloqueadas. Ele conta que a Marinha instalou três hospitais de campanha e que médicos, enfermeiros, militares e garis vieram de outros municípios para ajudar. Dos 15 mil voluntários que migraram para a Serra, segundo Carim, havia até estrangeiros, como espanhóis e suíços.
      Presidente do núcleo da ACAMERJ em Petrópolis, o Ac. J. Samuel Kierszenbaum conta que sua cidade não foi tão atingida quanto a vizinha Nova Friburgo e municípios limítrofes, porém nunca vira tanta chuva e destruição em toda a região, e que a obstrução das estradas deixou isolada a população da chamada cidade imperial .
   "É hora da reconstrução tanto material quanto emocional. Os médicos estão cuidando das feridas físicas e emocionais", relata ele, ressaltando que no momento as atenções dos profissionais de saúde estão voltadas para a prevenção e o tratamento das doenças provocadas pelas inundações, como leptospirose, hepatite e gastroenterite.