Domingos Edgardo Junqueira de Moraes




Domingos Edgardo Junqueira de Moraes

Especialidade:

Acadêmico Honorário


Mini currículo:

Nascido em Carmo de Minas, Domingos Edgardo Junqueira de Moraes viria a se tornar uma figura emblemática na medicina brasileira, especialmente na cirurgia cardíaca. Sua trajetória acadêmica começou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Policlínica Geral do Rio de Janeiro deu seus primeiros passos profissionais, onde trabalhou sob a tutela de Fernando Paulino. A influência de Paulino foi decisiva; foi ele quem financiou a viagem de Domingos aos Estados Unidos em 1956 para se especializar em cirurgia com circulação extracorpórea, uma técnica revolucionária à época.
Em 1957, Domingos retornou ao Brasil trazendo consigo não apenas o conhecimento, mas também os instrumentos necessários para introduzir e estabelecer a cirurgia cardíaca no país. A Casa de Saúde São Miguel, no Rio de Janeiro, foi o primeiro local no Brasil a adotar essa técnica de forma rotineira, marcando o início de uma nova era na história da medicina nacional.
Domingos não apenas introduziu novas técnicas, mas também as aprimorou. Resolveu um dos grandes desafios da época ao substituir o sangue usado na circulação extracorpórea por uma mistura de plasma e soro fisiológico, uma técnica conhecida como hemodiluição. Essa inovação rapidamente se espalhou pelo Brasil, sendo reconhecida mundialmente como uma das 20 maiores contribuições da cardiologia brasileira para a medicina global.
Sua carreira acadêmica foi igualmente distinta. Como professor titular de Cirurgia Cardiovascular na Universidade Federal Fluminense (UFF), defendeu três teses de livre-docência e contribuiu significativamente para a formação de novos médicos. Domingos também se dedicou ao serviço público, atuando no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), precursor do atual Sistema Único de Saúde (SUS), onde liderou o serviço de cirurgia cardíaca no Hospital Federal da Lagoa até sua aposentadoria em 1986.
Ao longo de sua carreira, recebeu diversas honrarias e homenagens, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, refletindo seu impacto e legado na cardiologia e na medicina como um todo.
Com seu falecimento em 30 de julho de 2019, Domingos deixa uma lacuna irreparável no campo da medicina, mas seu legado persistirá, inspirando futuras gerações de médicos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia e todos que tiveram a honra de conhecer e trabalhar com ele sentem profundamente sua partida.


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