Rubens de Siqueira
Especialidade:
Acadêmico Patrono
Cadeira: 27
Mini currículo:
Cumprindo determinação regimental, emocionado, aqui estou, para dizer algo sobre o nosso querido Patrono, meu colega de turma Professor Dr. Rubens de Siqueira.
Nascido em 28 de julho de 1912, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Antonio Faria de Siqueira e Dna. Georgina Siqueira. Fez Curso ginasial rio Colégio Pedro II.
EVOCAÇÃO:
Janeiro de 1930: - após a maratona do Exame Vestibular na saudosa Praia Vermelha, o não menos atemorizante trote proporcionado pelos Veteranos a nós calouros
"Nem tudo que reluz é ouro,
Nem todo sopapo é murro
Nem todo burro é calouro,
Mas todo calouro é burro!!"
coro entoado por todos nós obrigatoriamente. Na velha Cinelândia a demonstração pública dos milagres de Santa Manoelina dos Coqueiros, - encarnada pelo jovem calouro Joviano Resende Filho.
Após, o início das aulas com a presença dos
nossos Professores Catedráticos, Assistentes e Auxiliares de Ensino, nas
vetustas instalações do Instituto Anatômico da Sta. Luzia e na saudosa Praia
Vermelha Rubens era presença obrigatória em todos os eventos, com seu "charme"
pessoal, inteligência e cultura já se distinguia na turma, da qual fazíamos
parte com mais quatrocentos e muitos colegas.
Turma sofrida, pois até nossa formatura em
1935, enfrentamos as consequências de três Revoluções: a de 1930 - Estado Novo":
a de 1932 - "Constitucionalista de São Paulo" e a frustrada Masorca Comunista
de 1935.
Em dezembro de 1935, paraninfados, quebrando
a tradição, por um ilustre professor livre docente "Mestre Vieira Romeiro" -
colamos grau e fomos declarados médicos.
Cada um de nós seguiu seu destino na vida
Profissional. Rubens, logo após a formatura, contraiu núpcias com Dna. Diva
Regina, em 9 de dezembro de 1935, tendo o casal tido três filhos, Regina Diva,
Vera Lucia e Rubens Siqueira Júnior.
Entre as atividades desempenhadas pelo
ilustre colega, destacamos:
Catedrático de Doenças Tropicais e
Infectuosas por concurso de títulos e provas da Escola de Medicina e Cirurgia
do Rio de Janeiro;
Catedrático de Farmacologia por concurso de
títulos e provas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro;
Titular do "Tópico Nutrição" do Curso Básico
de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública; Chefe da Seção de Pesquisas
da Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho do Ministério do Trabalho; Livre
docente de Terapêutica Clínica da Faculdade Fluminense de Medicina e da Escola
de Medicina e Cirurgia; Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense; Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, vaga do
acadêmico Álvaro Lourenço Jorge. Eleito em 11 de abril de 1957 e empossado em
28 de setembro de 1957, sob a presidência do Acadêmico Raul Pitanga Santos,
tendo sido recebido pelo Acadêmico Oswino Penna. Foi introduzido no Salão pelos
Acadêmicos Heraclides Souza Araújo, Oswino Penna e Renato Machado.
Para sua admissão apresentou memória -
"Cibernética e Medicina", tendo o trabalho sido julgado por comissão
constituída pelos Acadêmicos Artidônio Pamplona, Lafayette Pereira e Aloysio de
Paula.
Em 1962 fez parte da comissão que julgou o
"Prêmio Alvarenga".
Foi laureado 14 vezes pela Academia Nacional
de Medicina.
Rubens, durante sua profícua vida cumpriu
vários estágios e missões no Brasil e no Exterior: Estados Unidos (1942-1943)
Curso de Nutrição (Teachers College com Shermann, Mac Lood e outros), foi
Assistente do Curso de Nutrição de Mac Lood. Diplomado com distinção em Public Health,
na Argentina em 1945 - Membro da Comissão que representou o Brasil no
Congresso de Medicina do Trabalho.
Em 1945 representou o Brasil no I Congresso
Internacional de Serviço Social - Chile.
Em 1957 esteve em Congresso na Finlândia e em
1958 no México.
Como podeis avaliar pelo exposto neste modesto
resumo, Rubens aliava uma intensa produtividade didática e científica a
atividades outras, como manter a coesão da sua querida turma de 1935, através
dos encontros anuais por ele coordenados com todo zelo hoje substituído pelo
charme do Joviano Resende, quando relembramos os episódios mais marcantes do
nosso tempo de acadêmicos e onde se destacavam o Alaor, Benjamin, Silveira
Sampaio, Gama Lima, Nazareth, Bustamante, Greta Garbo, Sanson, Brinckmann e
muitos outros colegas, uns ainda presentes, outros, como o nosso querido
Rubens, chamados pelo destino para alhures, em 09 de junho de 1965,- quando ainda
muito podia fazer pela Medicina e pelo Ensino.
Biografia escrita pelo Acadêmico Ivan Ferreira Bastos Tavares.