Raul Leitão da Cunha




Raul Leitão da Cunha

Especialidade:

Acadêmico Patrono

Cadeira: 49

Patrono:


Mini currículo:

Raul Leitão da Cunha, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 2 de janeiro de 1881. Pela Faculdade Nacional de Medicina diplomou-se em 1903, sendo nesta época laureado por esta grande casa de ensino.

Em 1908 foi indicado para professor-substituto da cadeira de Histologia da então Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; em 1910, catedrático de Anatomia Patológica da mesma Faculdade.

Raul Leitão da Cunha iniciou sua carreira médica no Hospício Nacional, da Praia Vermelha, tendo sido em 1905 nomeado Diretor do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Nacional de Alienados. Logo a seguir fez concurso para a Faculdade Nacional de Medicina - Seção de Bacteriolgoia, Histologia e Anatomia Patológica. Substituiu, então, ao ilustre Professor Chapot-Prévost e depois, a Cipriano de Souza Freitas, cargo que exerceu até falecer, aos 65 anos.

Vice-Diretor da Faculdade Nacional de Medicina, em 1932 foi nomeado Diretor desse renomado estabelecimento de ensino.

Diretor-geral da Instrução Pública Municipal em 1910-1920, Diretor do Serviço Sanitário do Distrito Federal, em 1920-1926, Membro do Conselho Nacional de Educação, Membro-Titular da Academia Nacional de Medicina, Chefe do Serviço do Hospital São Francisco de Assis, Leitão da Cunha foi durante 7 anos Reitor da Universidade do Brasil. No Departamento Nacional de Saúde Pública, foi companheiro e amigo de Carlos Chagas.

Ministro da Educação e Saúde Pública, a ele de deve a Universidade do Brasil, atual UFRJ, bem como a sua autonomia.

Na Assembleia Universitária realizada no Rio de Janeiro em março de 1947, para cultuar a memória de Leitão da Cunha, o Prof. Paulo de Góes referiu que o grande mestre teve sempre elevada compreensão de todos os problemas universitários. Mas, acima de tudo, foi homem de retidão sem igual, constituindo-se em modelo ímpar a inspirar gerações.

A vida material de Raul Leitão da Cunha, disse com inteira razão o Prof. Paulo de Góes, encerrou o seu ciclo: "A obra do vulto, em eterna ressonância, será no entanto, a afirmação da sua sobrevivência espiritual. Vive ainda o grande mestre. Vive em todos nós. Vive e viverá sempre no seu maior monumento: a Universidade do Brasil.

Almeida Prado (1961), em "Escolas de ontem e hoje" (Reminiscências e evocações) registra que em 1907 Raul Leitão da Cunha vencera o concurso para a cátedra de Histologia da Faculdade Nacional de Medicina, à qual concorreram também Ulysses Paranhos e Azurém Furtado, esses dois últimos, paulistas. "ninguém esperava que naquele moço bonito, sisudo, quieto, de maneiras delicadas, houvesse um pulso de ferro e uma inquebrantável energia. Nos exames de fim de ano revelou-se o homem: severíssimo no julgamento, inacessível às emoções, imperturbável nas arguições, reprovou mais da metade da turma. Grande comoção nas hostes estudantis: a fuga para a Faculdade da Bahia, a fim de evitá-lo, começou a representar a válvula de escapamento. Circunspecto, hierárquico e pragmático, sempre distante do aluno, e mais ou menos de todos, não permitia familiaridades. De linguagem polida, algo antiquada, mas correta na forma, tratava a todos pela segunda pessoa do plural".

Deixou Leitão da Cunha vários trabalhos publicados tais como: Valor Diagnóstico da Punção Lombar (1903), Modernas Doutrinas da Imunidade (1908), Lições de Microbiologia Geral (1910-1914), Ultramicroscopia do Sangue (1911), Técnica Anátomo-patológica (1917), A Instrução no Brasil (1920), Tratado de Anatomia Patológica (1926-1929), A Crise Atual do Ensino no Brasil - seus fatores e seus aspectos (1928), bem como diversos outros artigos, relatórios e conferências sobre diversos problemas científicos administrativos e sociológicos.

Raul Leitão da Cunha, no longo labor de sua vida, concentrou sempre no ideal do estudo, honrando a medicina brasileira, deixando na sua obra, imorredoura lição.

 

Biografia retirada do livro "Vultos da Medicina Brasileira".


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